Encontro com Pepetela
No passado dia 21 de Maio, tivemos o privilégio de contar com a presença, na nossa Biblioteca, de Pepetela, pseudónimo do escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos. Licenciado em sociologia, em 1961, faz a opção política que viria a mudar o rumo da sua vida e a marcar toda a sua obra, tornando-o um narrador de uma história de Angola que conhece, porque a viveu. Em 1963, Pepetela tornou-se militante do MPLA, Movimento Popular para a Libertação de Angola, e em 1975, com a independência, é nomeado Vice-Ministro da Educação no governo de Agostinho Neto.
Quando abandona a vida política, opta pela carreira de docente de sociologia na faculdade de arquitectura em Luanda.
A atribuição do Prémio Camões, em 1997, confirmou o seu lugar de destaque na literatura lusófona.
Foi através de um discurso cativante, moderado pelo professor José Pinto, que nos falou do seu percurso académico, político e da sua obra, suscitando momentos de interacção e de curiosidade, por parte de alunos e professores presentes.
Num ambiente quente, com um cenário composto por adereços e aromas de África, esta conversa foi animada com música, dança e poesia de origem africana, interpretadas por professores e alunos.
Agradecemos a todos os que colaboraram para que esta actividade se concretizasse com o sucesso evidenciado e apresentamos especial reconhecimento à ACARF, associação responsável pela presença do escritor na nossa Escola.
Passatempo “7 Irmãos”
Vencedoras
Parabéns às nossas vencedoras do Passatempo "7 Irmãos", a nova colecção de títulos da autoria de Maria João Lopo de Carvalho e de Margarida Fonseca Santos, da editora Oficina do Livro. Rafaela Ribeiro e Marta Neves, alunas do 8º Ano, Turma C, venceram, respectivamente, o 1º e 2º prémios deste concurso nacional, a primeira na modalidade de texto e a segunda de desenho. A Rafaela foi premiada com uma viagem à Eurodisney para duas pessoas e a Marta com livros, da Oficina do Livro.
Foi com muita alegria e amizade que, alguns dias após a recepção da notícia, recebemos na nossa Biblioteca uma das autoras desta colecção, Margarida Fonseca Santos. De passagem por terras minhotas, a Margarida não quis perder a oportunidade de se encontrar com as alunas vencedoras, demonstrando, mais uma vez, a grandeza e a simplicidade do seu carácter.

Obrigada Margarida!
Parabéns às vencedoras!
  25 de Abril
A Biblioteca da nossa Escola recebeu alunos e professores para assinalar as comemorações do Dia da Liberdade. Os professores José Pinto e Luís Branco, como forma de aproximar os mais jovens do sentimento que envolveu quem de perto viveu o 25 de Abril, testemunharam a situação do país neste período conturbado, o antes e o após a Revolução, e as suas experiências como militares na época, o primeiro em Portugal e o segundo em Angola.
Após esta conversa informal, na qual os alunos interagiram com bastante curiosidade, tivemos o prazer de ouvir a leitura, por professores e alunos, de poemas alusivos à efeméride em comemoração, intercalada com momentos musicais interpretados pelos professores Adelino Queirós e Rui Malheiro.
Constatou-se, mais uma vez, o interesse e o envolvimento dos alunos por actividades que, para além de outras, lhes permitem desenvolver competências de índole cultural, social e os valores da cidadania.

Dia Mundial da Poesia

Momentos de Música e de Poesia
No dia 26 de Março, tivemos oportunidade de assistir, na Biblioteca Escolar, a Momentos de Música e de Poesia, apresentados por alunos e professores.
Foram vários os autores nacionais e estrangeiros contemplados, destacando-se Fernando Pessoa, José Carlos Ary dos Santos, Florbela Espanca, António Gedeão, António Machado, entre outros.
Estamos certos de que esta actividade contribuiu para enobrecer a poesia, quer pela qualidade dos poemas seleccionados, quer pela qualidade das interpretações, tendo-se presenciado momentos mágicos e de verdadeiro sentir literário.


Dia mundial da Árvore
No sentido de promover e divulgar a importância da árvore e da preservação da floresta, a Escola Básica e Secundária de Barroselas assinalou esta data com a plantação de uma Camélia. Dois alunos do Ensino Secundário procederam à plantação sob o som da guitarra e da entusiasmada declamação do poema “As camélias germinam na poesia”, pelo professor Adelino Queirós, na presença de docentes, alunos e funcionários da Escola.

Acreditamos ter prestado a nosso singelo contributo para o incremento do património florestal nacional, e esperamos que estas camélias exalem conhecimento, sabedoria e os valores da cidadania.

Agradecemos à Câmara Municipal de Viana do Castelo, instituição impulsionadora desta iniciativa, ao presentear cada uma das escolas deste Agrupamento com uma árvore.

SEMANA DA LEITURA

De 1 a 5 de Março, comemorou-se no nosso Agrupamento de Escolas “A Semana da Leitura”. As actividades desenvolvidas visavam envolver os alunos no contacto lúdico e agradável com o texto escrito, de forma a criar laços afectivos com os livros e consequentes hábitos de leitura. Assim, do programa constaram as seguintes actividades: conversa com a escritora vianense, Marlene Ferraz, sobre livros, personagens, ilustrações e sobre as motivações que a levaram à escrita…; os alunos do 2º Ciclo encontraram-se com a Doutora Lurdes Magalhães, da Escola Superior de Educação de Viana do Castelo, para “Conversar com os Livros” e ouvirem a leitura do conto “A Erva Milagrosa” de Rosa Lobato de Faria; os pais/ encarregados de educação foram convidados a deslocarem-se à escola para partilharem leituras; diariamente, na Biblioteca, decorreu a Hora do Conto, e ainda na quarta-feira “5 minutos de leitura”, simultaneamente alargados a toda a Escola. Também os alunos do 1º Ciclo e Pré-escolar, entre outras actividades, tiveram oportunidade de ouvir a leitura de contos.

À Conversa com Rui Cardoso Martins
No passado dia 19 de Fevereiro, a Escola contou com a presença de Rui Cardoso Martins. Jornalista fundador do Público, conta com dois prémios Gazeta de Jornalismo. Como repórter cobriu, entre outros acontecimentos, o cerco de Sarajevo e Mostar, na Guerra da Bósnia, e as primeiras eleições livres na África do Sul.
Argumentista fundador e sócio das Produções Fictícias, é co-criador do programa satírico Contra-Informação, que escreve desde o primeiro episódio. Foi co-autor de Herman Enciclopédia, escreveu para Conversa da Treta (rádio, televisão e teatro) e para o jornal Inimigo Público. Co-autor da série dramática Sociedade Anónima, da RTP. No cinema, é autor do argumento e guião originais da longa-metragem Zona J. O seu primeiro romance, E Se Eu Gostasse Muito de Morrer (Dom Quixote, 4ª edição), foi publicado em Espanha e na Hungria. “Deixem Passar o Homem Invisível” é o seu último romance. Tem contos editados em diversas revistas literárias (Ficções, Egoísta, Magyar Lettre Internationale).
Rui Cardoso Martins esteve “À Conversa” com os alunos do Ensino Secundário, iniciando este encontro com a representação de um excerto do seu último romance, pelo professor António Neiva, e com uma réplica do programa televisivo Contra-Informação, apresentada pelos alunos Moisés e Bruno da turma A do 12º Ano, dois momentos altos que mereceram elogios do nosso convidado. De seguida, estabeleceu-se um diálogo cheio de entusiasmo, do qual emergiram interacções muito pertinentes e enriquecedoras.

Dia de S.Valentim

A nossa Biblioteca assinalou o dia de S.Valentim com a leitura de poemas em torno da temática "Amor" e com a dramatização do conto "O Sapo Apaixonado". Estas actividades foram dinamizadas por alunos da turma B, do 6º Ano, os quais proporcionaram um ambiente de festa e de boa disposição a alunos desta escola e aos alunos do 3º e 4º anos do Centro Escolar de Barroselas.

Leituras

A Ideia do vampiro como símbolo sexual, tanto na literatura como no cinema, não é um conceito novo. Sobre esta raça à parte, já se escreve desde 1800:Os primeiros livros associados à temática entitulam-se ” O Vampiro” e “Varney, O Vampiro”. Mas a verdadeira ascensão do vampiro como ícone cultural surge com a expressiva obra do neogótico inglês “Drácula” de Bram Stoker.
No início do século vinte, com o surgimento do cinema e a adaptação expressionista magistral de Murnau da obra de Stoker à sétima arte, “Nosferatu”, a propagação do conceito de vampiro espalha-se a nível mundial, oferecendo aos autores material de grande capacidade exploratória.
A partir daí, surge um sem número de livros dedicado à temática, sendo os de destacar “Entrevista com o vampiro” de Anne Rice e a saga “Crepúsculo” de Stephanie Meyer tendo, este último, desencadeado um fenómeno não só literário mas também social. As paixões desencadeadas pela saga transcendem gerações: Não são apenas as jovens leitoras as consumidoras ávidas da produção literária de Meyer: mães, avós e filhas são devotas leitoras da obra da autora.
Explicações para o sucesso das obras há muitas: o fascínio dos vampiros, as temáticas da sedução, etc.
Pessoalmente, não me posso considerar uma leitora fanática deste tipo de literatura. Obviamente, tenho todo o respeito pela obra de Stoker tão representativa de toda uma escola literária dos finais do século XIX na Inglaterra. Mas “Drácula” de Stoker sobressai perante este novo conceito de vampiro representado em “Crepúsculo” que se apresenta como débil, fraco e indeciso e se arrasta num amor que “nem é” ,“ nem deixa de ser”. Drácula é um ser forte, telúrico, existencialista, com um propósito bem definido que persegue até às últimas consequências. E desta obra “mágica” ficam frases inesquecíveis de amores imortais tais como “Atravessei oceanos de tempo só para te encontrar”.
Onde estão as frases inesquecíveis na saga de Meyer? Lamento dizer que o único interesse que estas obras me suscitam se enquadram no campo das Ciências Sociais, já que os fenómenos de adesão em massa continuam, para mim, a ser algo de fascinante. E, infelizmente, até ao presente momento, nenhum dos dedicados leitores da obra de Meyer, conseguiu fazer-me entender o motivo pelo qual vampiros tão débeis se transformaram em objecto de culto dos jovens de todo o mundo.
Desafio, assim, os devotos leitores de Meyer da nossa escola, a tentarem explicar-me o porquê do fascínio por “Crepúsculo” e restantes livros da saga.
E, já agora, sabem como surgiu a figura de drácula e do vampiro? Em termos históricos, terá havido alguém em quem os autores se tenham baseado para criarem a personagem? Dou uma ajuda; procurem na História Medieval Romena.

Leituras

“O Rapaz do Pijama às Riscas” tem feito furor pelo mundo fora. Depressa saiu do papel para se tornar um filme. Quando o comecei a ler, não sabia literalmente nada acerca da história, das personagens… Nem sequer sinopse tem, a edição que comprei. Como tal, cada página foi uma descoberta e, lentamente, comecei a aperceber-me do seu rumo, ficando gradualmente horrorizada com o que adivinhava ser o final.
Por se tratar de uma obra de literatura juvenil, sabemos que a linguagem é muito acessível, o tom muito jovem – a roçar o infantil, o enredo muito simples e com um desenrolar de acontecimentos muito rápido.
Contudo, não nos deixemos enganar pela inocência do enredo nem pelo mundo cor-de-rosa em que Bruno vive. Ao fim e ao cabo, esta é uma história acerca da inocência das crianças num mundo bélico, feio, escuro e pleno de sofrimento, o que confere um grau de sentimentalismo muito intenso, sobretudo a partir de meio do livro, momento em que Bruno e Schmuel se tornam amigos. Nas suas longas conversas, sabemos que nenhuma das crianças está ciente do que se passa no campo de “Acho-Vil”, pelo que percebemos que a maldade do mundo dos adultos ainda não os afectou conscientemente, muito embora ambos sofram as suas consequências de formas muito distintas. Achei, também, muito curiosa a forma como o autor transmitiu quase o egoísmo e o egocentrismo do jovem alemão e a modéstia e a maturidade do rapaz judeu, personalidades e formas de ser talhadas na sequência dos seus percursos de vida.
Ao ler o livro, achei deveras impressionante, a perspectivação do holocausto sob o ponto de vista de uma criança alemã e de uma criança judia, a amizade, a conversa entre os dois e a ignorância deles sobrea realidade circundante.
Esta é uma história extraordinária sobre a amizade, que consegue ultrapassar os horrores de uma guerra, do racismo e de crenças religiosas.