Concurso "Escrever é viver"
A viagem
Terminei o meu percurso escolar obrigatório e, depois de pensar bastante
e com a recolha de opiniões de familiares e de conversas entre amigos, resolvi
fazer um intercâmbio.
No início, a minha mãe estava com receio de me deixar ir e de não
conseguir adaptar-me, mas correu tudo bem. Saber que ia fazer uma viagem destas
juntamente com mais 19 pessoas, foi uma notícia espetacular porque sempre
sonhei com algo assim. Isto foi algo que eu sempre quis fazer e de que
realmente gosto não só pela experiência de conhecer novas pessoas, novos
hábitos, novos rituais, mas também novas culturas. Fiquei super feliz por ir. Porém,
rapidamente a felicidade foi embora e deu lugar à tristeza, pois os meus amigos
que também se tinham inscrito, não foram escolhidos. Assim que recebi a notícia,
fiquei mais em baixo por saber que não iria ter ninguém conhecido que me pudesse
acompanhar nesta aventura, mas não me deixei tomar pela tristeza e pensei
positivo.
Então, quando cheguei à Grécia, tudo era tão diferente e novo comparativamente
com o que estava habituado em Portugal. Mal chegámos ao aeroporto da Grécia, já
no início da tarde, a primeira coisa que fizemos foi ir de autocarro até à
praia mais próxima. Era um sítio tão silencioso e relaxante… a água era tão
límpida que se conseguia ver o nosso reflexo, algo impressionante. Uma areia
fina que parecia aos meus pés que estavam em cima de algodão, era como se estivesse
no paraíso. Nós ficamos todos encantados com toda aquela maravilha. Depois de
sairmos da praia a meio da tarde, fomos de autocarro para o hotel onde íamos
ficar hospedados, chegámos aos quartos e ficámos deslumbrados com todo aquela
perfeição. Entrei no quarto e a primeira coisa que fiz foi descansar. Eu dormi
confortavelmente e por bastante tempo naquela cama que era tão macia e
aconchegante. Quando olhei para o relógio, já eram horas do jantar, descemos
todos e fomos para a sala. Foi um jantar cheio de risos e gargalhadas, falámos
de tudo e mais alguma coisa, foi uma diversão total num bom ambiente. No final
de estarmos todos em convívio para sabermos um pouco mais da história de cada
um e para nos integrarmos melhor, regressámos cada um para os seus quartos. Mal
cheguei à cama, adormeci logo, visto que estava cansado da viagem. Logo que
acordei, estava um sol lindo e brilhante, o céu limpo e com uma temperatura
agradável. Descemos dos quartos e fomos todos juntos tomar o pequeno- almoço.
No fim, decidimos fazer algo radical e fomos mergulhar com as tartarugas. Esta
atividade foi mágica e incrível, nunca tinha feito nada parecido, foi uma
experiência de recordar para a vida. Durante a tarde, resolvi ir passear pelas
ruas próximas do hotel e encontrei alguns moradores como a Clara e o Ricardo,
entre outros, com quem estive à conversa durante muito tempo. Eles são os dois
irlandeses, vieram comigo nesta viagem à Grécia e estiveram a contar-me coisas
sobre a Irlanda como as tradições, a religião, entre outras curiosidades. Posso
dizer que fiquei espantado e pensei para mim que o próximo país que tinha de
conhecer seria a Irlanda. Quando dei por mim, já se tinham juntado mais pessoas
à conversa num largo que se situava perto do hotel. Foi uma boa tarde em
conversa em que aprendi tanto sobre religião, comidas, tradições, costumes,
entre outras coisas. Quando olhei para o relógio, já se fazia tarde, eram horas
de regressar ao hotel. O nosso jantar foi sushi ao ritmo de músicas gregas e
ainda demos uns passinhos de dança. No fim, como já estávamos cansados, fomos
para os quartos. Sobre o dia posso refletir que foi intenso, senti-me feliz e
priveligiado por ter conseguido fazer a viagem e ter conhecido aquele país e
aquelas pessoas. Contudo, durante a noite, acordei ao som de uns barulhos
estranhos e gritos. Levantei-me da cama, coloquei o robe por cima do pijama e
tomei coragem para ir até à porta do quarto, pois os sons vinham do corredor. Fui
ver o que se passava quando dei de caras com dois homens encapuzados a raptarem
os meus colegas. Fiquei em pânico e sem reação, sem saber o que fazer. Então
decidi pedir ajuda; fui chamar pelos restantes colegas de viagem que ainda não
tinham sido sequestrados e tentamos chamar a polícia para resolver aquilo e nos
proteger. Os meus colegas raptados estavam a ser levados para a sala do hotel.
Enquanto a polícia não chegava, já bastantes colegas estavam a ser retirados
dos quartos à força pelos homens encapuzados. Passado algum tempo, a polícia
chegou, mas quando demos por ela, o hotel estava a ser invadido. Mal percebi
isso, fiquei em estado de choque e sem saber o que fazer, não podia sair dali,
estava o terror instalado. A polícia já estava a montar um cerco no hotel. Todavia,
mesmo assim comecei a pensar em maneiras de sair. Consegui ir ter ao quarto da Clara
e os dois estávamos a pensar em maneiras de sair dali. Até que olhei para ela e
no cabelo tinha um apertador, peguei nele, descemos até uma porta traseira do
hotel e conseguimos abri-la. Ninguém percebeu, conseguimos escapar e fomos ter
à tenda da polícia contar que havia uma porta aberta que poderiam usar para
entrar lá dentro. Através dessa porta, a polícia conseguiu libertar mais dois
colegas meus, o Ricardo e a Francisca, sem os homens encapuzados darem por
isso. De repente, os homens colocaram-se em frente ao hotel do lado de fora e
tiraram a máscara. Nesse momento, nem pude acreditar no que estava a ver. Eram
os meus amigos que não foram aceites na viagem, afinal foram repescados. Apesar
daquele susto todo e aflição, estava contente por ter os meus amigos e
conhecidos por perto e ainda bem que aquele susto não passou de uma brincadeira
perigosa.
No final desta adrenalina toda, fomos todos jantar e comemorar a vinda
de novos colegas. No terceiro dia, de manhã, ficámos no hotel a descansar de
toda aquela emoção do dia anterior. À tarde, fomos todos andar de barco,
aproveitámos e mergulhámos no mar. Ao entardecer, voltámos para terra e ficamos
à beira mar a observar o pôr-do-sol. Regressámos ao hotel, jantámos e fomos
dormir, e assim se passaram três dias e no dia seguinte já seria o penúltimo.
Nasceu um novo dia, o penúltimo, e resolvi ficar a descansar no quarto e
assistir a alguns filmes na televisão com uma vista maravilhosa. No último dia
na Grécia, de manhã, fomos caminhar à beira mar em forma de despedida. Almoçámos
e no final seguimos de autocarro em direção ao aeroporto.
Da
experiência que tive na Grécia, país onde decidi ter esta vivência, posso dizer
que foi uma boa aposta de viagem. Posso afirmar que foi uma viagem espetacular,
onde aprendi bastante a nível cultural, mas não só. No
final desta viagem, aprendi que todos conseguimos aquilo que desejamos, basta
acreditar, ter fé e fazer por isso acontecer. É bastante positivo passar por
novas experiências como a de conhecer novos países com o objetivo de enriquecer
a nossa cultura e de saber um pouco mais sobre o mundo. De facto, “O saber não
ocupa lugar”.
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