Concurso "Escrever é viver- textos juvenis em tempo de pandemia"

 Concurso "Escrever é viver!"

 Dias Longos e Inesquecíveis

Em primeiro lugar, quero apresentar-me: sou a Juliana Rego Sá, tenho 15 anos, pertenço ao concelho de Viana do Castelo, sou aluna do 9º ano da Escola Básica e Secundária de Barroselas e estou em pleno ano 2021.

Confesso que este último confinamento não foi nada fácil. Por isso mesmo é que decidi contar-vos como foram estas últimas semanas, tanto a nível escolar e familiar como pessoal.

Foram tempos muito adversos e desgastantes que exigiram um esforço redobrado por parte de todos: professores, alunos, pais e Estado.

Vivemos momentos diferentes e somos forçados a adaptar a nossa vida. Um dos ramos mais atingidos foi, evidentemente, o ensino. Professores e alunos contactam-se de forma diferente!

Nós, estudantes, estávamos habituados a acordar cedo, apanhar o autocarro, ouvir a campainha tocar e entrar nas aulas, socializar com os nossos amigos, almoçar na cantina, tirar dúvidas com a presença física dos nossos professores… e, repentinamente, tudo modifica! Agora somos obrigados a ter um computador, Internet ilimitada, saber manipular vários programas informáticos, principalmente os de conversação, e ver os nossos professores e amigos através de uma câmara! Mas até que ponto será vantajoso para a nossa geração?

Na minha opinião, eu compreendo o porquê desta situação. Contudo, não posso deixar de referir que penso que existem mais desvantagens do que vantagens. Efetivamente, é mais cómodo permanecer em casa, dormir mais um pouco, torna-se engraçado conseguir ver os meus amigos simultaneamente… Porém, existem problemas que podem prejudicar a nossa aprendizagem: para os professores é mais complicado explicar e nós acabamos por ter menos oportunidade de aprendizagem, quando nos surgem dúvidas nem sempre as conseguimos expor pois o tempo é muito limitado; temos que pesquisar muito mais para tentarmos perceber perfeitamente o que nos estão a ensinar, os testes online causam muito stress por causa da gestão do tempo e quando não entendemos algo continuamos sem perceber. Além disso, a relação na escola que se estabelece entre as pessoas é essencial para um bom ambiente social e educacional. Assim, isolados, parece que não estamos conectados uns com os outros, apesar de o fazermos de uma forma virtual.

Concluindo, as nossas dificuldades, sentimentos, emoções, medos ou afetos não se conseguem transmitir através de uma câmara.

No que diz respeito às tarefas domésticas, a distribuição foi muito simples. Na minha casa estávamos três pessoas (eu, a minha mãe e o meu irmão). Por isso, basicamente, dividíamos as tarefas ou simplesmente fazíamo-las em conjunto, para que quando o meu pai chegasse do trabalho tudo estivesse adiantado. Contudo, tenho que admitir que quem “trabalhou” mais foi a minha mãe, dado que o meu pai estava no trabalho e eu e o meu irmão em aulas.

Em relação à convivência com familiares e amigos penso que não a perdi, uma vez que nos mantivemos em contacto através das redes socias. Todavia, a verdade é que estou desejosa de que esta pandemia se acalme, porque eu já nem sei qual é a sensação de abraçar alguém.

Há cerca de três semanas sentia que estava demasiado ligada às redes socias, porque eu passava o dia em vídeo chamada com os meus amigos, o que começou a tornar-se massacrante. Não estou a dizer que eles me aborrecem mas, simplesmente, eu sentia que tinha de me afastar daquela rotina. E assim foi! Decidi desligar-me das redes socias que mais utilizava, naquele momento, e acho que fiz muito bem.

Além disso, tenho uma gatinha que se chama Lolita e reconheço que ela fez com que eu não me sentisse tão sozinha.

Relativamente ao meu humor, eu acho que não mudou muito, uma vez que é muito irregular estando, ou não, em confinamento.

Juliana Rego Sá  9.ºD

 

 

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