Dia de S.Valentim

A nossa Biblioteca assinalou o dia de S.Valentim com a leitura de poemas em torno da temática "Amor" e com a dramatização do conto "O Sapo Apaixonado". Estas actividades foram dinamizadas por alunos da turma B, do 6º Ano, os quais proporcionaram um ambiente de festa e de boa disposição a alunos desta escola e aos alunos do 3º e 4º anos do Centro Escolar de Barroselas.

Leituras

A Ideia do vampiro como símbolo sexual, tanto na literatura como no cinema, não é um conceito novo. Sobre esta raça à parte, já se escreve desde 1800:Os primeiros livros associados à temática entitulam-se ” O Vampiro” e “Varney, O Vampiro”. Mas a verdadeira ascensão do vampiro como ícone cultural surge com a expressiva obra do neogótico inglês “Drácula” de Bram Stoker.
No início do século vinte, com o surgimento do cinema e a adaptação expressionista magistral de Murnau da obra de Stoker à sétima arte, “Nosferatu”, a propagação do conceito de vampiro espalha-se a nível mundial, oferecendo aos autores material de grande capacidade exploratória.
A partir daí, surge um sem número de livros dedicado à temática, sendo os de destacar “Entrevista com o vampiro” de Anne Rice e a saga “Crepúsculo” de Stephanie Meyer tendo, este último, desencadeado um fenómeno não só literário mas também social. As paixões desencadeadas pela saga transcendem gerações: Não são apenas as jovens leitoras as consumidoras ávidas da produção literária de Meyer: mães, avós e filhas são devotas leitoras da obra da autora.
Explicações para o sucesso das obras há muitas: o fascínio dos vampiros, as temáticas da sedução, etc.
Pessoalmente, não me posso considerar uma leitora fanática deste tipo de literatura. Obviamente, tenho todo o respeito pela obra de Stoker tão representativa de toda uma escola literária dos finais do século XIX na Inglaterra. Mas “Drácula” de Stoker sobressai perante este novo conceito de vampiro representado em “Crepúsculo” que se apresenta como débil, fraco e indeciso e se arrasta num amor que “nem é” ,“ nem deixa de ser”. Drácula é um ser forte, telúrico, existencialista, com um propósito bem definido que persegue até às últimas consequências. E desta obra “mágica” ficam frases inesquecíveis de amores imortais tais como “Atravessei oceanos de tempo só para te encontrar”.
Onde estão as frases inesquecíveis na saga de Meyer? Lamento dizer que o único interesse que estas obras me suscitam se enquadram no campo das Ciências Sociais, já que os fenómenos de adesão em massa continuam, para mim, a ser algo de fascinante. E, infelizmente, até ao presente momento, nenhum dos dedicados leitores da obra de Meyer, conseguiu fazer-me entender o motivo pelo qual vampiros tão débeis se transformaram em objecto de culto dos jovens de todo o mundo.
Desafio, assim, os devotos leitores de Meyer da nossa escola, a tentarem explicar-me o porquê do fascínio por “Crepúsculo” e restantes livros da saga.
E, já agora, sabem como surgiu a figura de drácula e do vampiro? Em termos históricos, terá havido alguém em quem os autores se tenham baseado para criarem a personagem? Dou uma ajuda; procurem na História Medieval Romena.

Leituras

“O Rapaz do Pijama às Riscas” tem feito furor pelo mundo fora. Depressa saiu do papel para se tornar um filme. Quando o comecei a ler, não sabia literalmente nada acerca da história, das personagens… Nem sequer sinopse tem, a edição que comprei. Como tal, cada página foi uma descoberta e, lentamente, comecei a aperceber-me do seu rumo, ficando gradualmente horrorizada com o que adivinhava ser o final.
Por se tratar de uma obra de literatura juvenil, sabemos que a linguagem é muito acessível, o tom muito jovem – a roçar o infantil, o enredo muito simples e com um desenrolar de acontecimentos muito rápido.
Contudo, não nos deixemos enganar pela inocência do enredo nem pelo mundo cor-de-rosa em que Bruno vive. Ao fim e ao cabo, esta é uma história acerca da inocência das crianças num mundo bélico, feio, escuro e pleno de sofrimento, o que confere um grau de sentimentalismo muito intenso, sobretudo a partir de meio do livro, momento em que Bruno e Schmuel se tornam amigos. Nas suas longas conversas, sabemos que nenhuma das crianças está ciente do que se passa no campo de “Acho-Vil”, pelo que percebemos que a maldade do mundo dos adultos ainda não os afectou conscientemente, muito embora ambos sofram as suas consequências de formas muito distintas. Achei, também, muito curiosa a forma como o autor transmitiu quase o egoísmo e o egocentrismo do jovem alemão e a modéstia e a maturidade do rapaz judeu, personalidades e formas de ser talhadas na sequência dos seus percursos de vida.
Ao ler o livro, achei deveras impressionante, a perspectivação do holocausto sob o ponto de vista de uma criança alemã e de uma criança judia, a amizade, a conversa entre os dois e a ignorância deles sobrea realidade circundante.
Esta é uma história extraordinária sobre a amizade, que consegue ultrapassar os horrores de uma guerra, do racismo e de crenças religiosas.